SENSO COMUM É O HIV DA BURRICE!
Ainda hoje me surpreendo com as pessoas de entendimento breve
e de senso comum.
Sinceramente não as culpo – bem, pelo menos deixei de culpar –
já que a percepção acerca de um assunto de relevante valor social e cultural,
quase sempre, não fugindo a lógica, se diverge nos pontos mais controversos
possíveis.
Pois bem, estava eu, depois de mais um dia estafante
daqueles, chegando em casa, quando tive a ingrata sorte de abrir a porta e dar
de cara com o meu pai e sua irmã (uma das únicas duas que tem) discutindo sobre
política.
Pensem nesta estapafúrdia cena!
Momento este que fui aleatoriamente (prefiro acreditar nisso)
indagado sobre o segundo ano do governo Lula.
Desconhecendo o prólogo do assunto, quase que instantaneamente,
respondi:
- Não acho nada! Não tenho nenhuma opinião formada sobre esse
assunto (quando disse “esse” e não “este”, o faço pela questão literal da
palavra desconhecimento).
Não que seja absorto sobre questões pontuais ou cotidianas,
mas sim pela sensação, ad eternum, de
“sempre mais do mesmo”. Daí prefiro debater tal complexo tema com meu
subconsciente.
Imediatamente, ouvi de maneira reprovadora o retruque pronto e imperativo:
- Como não? Pelo jeito você deve ser mais desses
universitários (o era ao tempo) que só votam no PT!
Sinceridade amigos, juro que não dei prestígio ao
estranhamento pontual do assunto, até ouvi um sermão do meu pai e de minha
colateral.
Fiquei sem saber como me manifestar sem que ofendesse, a
priori, a capacidade cognitiva e de síntese do assunto, já que na minha
opinião, tal discussão é inútil, pelos motivos ventilados preteritamente
(entendimento breve e senso comum).
Como explicar para uma pessoa que o Sistema Presidencialista
e a Forma Republicana de Governo é, na sua mais íntegra concepção, uma
democracia “representativa” da qual o gestor mor não tem capacidade de
governar, se não por meio de diálogos e acordos com os demais componentes
daquele tipo de governo (leia-se, não totalitário).
Que se colocassem o “Macaco Tião” no lugar daquela figura
emblemática, que representa aquela porção territorial e seu povo, não seria
nada diferente da rainha da Inglaterra, reina mas não governa. Seria um choque!
Seria o mesmo que dizer para os muçulmanos que Alah não existe!
Então, ante tal “saia justa”, fiz, da maneira mais clássica,
digna até de um fiel evangélico (no melhor estilo, faça o que digo, mas jamais
faça o que faço), exercitei o meu direito de exercitar o senso comum e disse:
- Esta quase na hora do GUGU, passe o controle da TV por
favor!
É cada uma!
Pensem na sabatina cultural que iria passar.
Discutir com pessoas de formação limitada, conforme os
preceitos militaristas, conviventes e afins da época.
Pessoas que acham até hoje que quem vota no PT é professor de
história, jornalista, sociólogos, artistas, enfim, maconheiros agitadores.
Como falar com que só vota em quem está ganhando, com o
candidato mais bonito, com quem é, ou está, na situação!
Logo eu, que sou apolítico, firme nas minhas convicções e
imbuído de extrema alteridade, herdada da minha mãe, a favor do pluralismo
político e inimigo voraz do pluripartidarismo, opinar pra quê!
Culpa (e mérito) dele, por me dar acesso a tanta informação e
me criar livre de dogmas e convenções.
É por isso que digo, quando perguntam, qual será o meu
candidato para o presente pleito, imediatamente afirmo:
ALI BABÁ, justamente por ter a certeza de que terei de lidar
somente com 40 ladrões!
LUCIANO MAIA
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