sábado, 8 de setembro de 2012

HOMEM E MULHER, DIFERENTES, PORÉM PREVISÍVEIS



Até hoje me impressiono como somos tão previsíveis. No jeito de nos manifestarmos, indignarmos e idealizarmos o que buscamos pra nós mesmos, no afã de locupletarmos da perfeição.

Ainda hoje me impressiono com as diferenças gritantes que existem nesses dois cromossomos, que vão, desde a sua nomenclatura genética (XX – mulher e XY – homem) até as mais impossíveis e infinitas possibilidades.

O homem, dentro da sua previsibilidade, age no seu estado natural, na mais complexa e delicada (precisava desta embate antonímio) acepção da palavra.

É certo que nos agrupamos por afinidade coisa e tal, gostamos de coisas pré-estabelecidas, até que possamos, nas raras vezes, expor nossa opinião, sem medo de contrariar as convenções e afins.

Falemos da intimidade entre estes complexos seres.

A mulher, carrega no seu gen, a visão ad eternum, o desejo lúdico, com toda a sua liturgia do que é sexo e convivência a dois.

O homem, nem tanto por questões históricas ou biológicas, vê a mesma coisa de maneira mais prática, no seu estado natural.

Ela quer viver um eterno filme onde tudo serão flores, carícias, enfim, um filme onde no final todos viverão felizes para sempre, o bem vence o mal, essas coisas.

Ele, numa eterna realidade, quase sempre como uma crônica de Nelson Rodrigues, como Hebe Camargo, que acredita que lavou “tá” novo. Prático.

Ela, abusa dos cinco sentidos, fala de cor, sabor, cheiro, ruído e textura, com uma riqueza de detalhes quão uma imagem em 3D, um projeto arquitetônico em AUTOCAD.

Ele, fala, afinal de contas, para o homem, na sua concepção biológica e tal, o legal é contar, mas sem detalhes tão vívidos.

Ela quando quer dar, deita na cama e começa e dar “marcha ré” em direção ao seu varão, momento em que faz gestos de quem vai “ajeitar” a calcinha esbarrando de propósito na região pélvica do homem, leia-se, rola.

Ele quando quer comer, faz massagem, passa as mãos no cabelo, assiste aquele filme cabeça iraniano com aquela atenção de quem está vendo e ouvindo Jesus.

Ela conta aquelas mentiras clichês de sempre.

Ele, da mesma maneira, diz que vai beber só a saidera, se engravidar ele casa, que vai botar só a cabecinha.

Ela quer ir para aquela festa dos amiguinhos de faculdade.

Ele quer convidá-la para beber aquela cerveja gelada naquele buteco copo sujo de banheiro unissex.

Enfim, sei que estes seres, se soubessem como é fácil e simples se agradarem, não incorreria nestas condutas óbvias.

O fato é que, sendo diferentes, se completam, se odeiam, e, não vivem um sem o outro.

Jamais eles perceberão que elas cortaram o cabelo, quando na verdade apenas tiraram as pontas duplas, contudo, eles observam, desde a sua formação, os hábitos higiênicos, se o pé está feitinho, com aquele calcanhar liso (pedra pome), se a depilação é cava funda, se não são nada parecidas com a Madona e Janis Joplin (leia-se, depilação com cera nas axilas, não aquela com gilete, que deixa a região depilada azul, como quem depila no chuveiro com sabonete contra o pelo).

E elas jamais entenderão que no modo masculino de apreciar, residem pequenos detalhes, que eles valorizam ao extremo. Um bom papo, bons modos, discrição, carinho.

Um bom papo, pra eles, é um viagra gigante, não precisando de acrobacias sexuais, nem tampouco movimentos igual de uma cobra mal matada.


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