A MASCARA E O BAILE
Uma enxadada e oito minhocas – A
redenção da cética ante a Obra do Altíssimo
Muitas vezes somos obrigados a nos conter para não confrontar
as convenções, assim, seguindo esta regra, ficamos ávidos por vestir a melhor
camuflagem, no afã de nos passarmos por sociáveis.
Pois bem, certa feita, fui convidado para uma celebração de
mais um janeiro de uma amiga querida, evento este, comemorado em um bar, de um também
amigo e parceiro, comum ao nosso ciclo pessoal.
Cartola Bar, como é conhecido este tal boteco, grava o nome,
homônimo, em homenagem ao grande compositor e sambista.
É o ponto de encontro da turma do samba nos finais de semana,
ritual quase que religioso da turma que prefere a música como meio de
extravasar.
Tudo corria muito bem, cerveja gelada (cinza igual canela de
pedreiro), gente bonita, comida gostosa e, é claro, samba do bom.
Diversão pura, confraternização dos amigos, frequentadores
habituais e não indiferente, a integração dos convidados desta sortuda
debutante.
Pois bem, quando se fica muito tempo dentro de um mesmo
ambiente, ainda mais fazendo o que se gosta, com pessoas que lhe agradam, a
ausência da noção de tempo e espaço, é regra. Não obstante, para àqueles mais
reservados a observação é o consolo.
Anfitriã do evento, conhecida em nosso meio, pela
personalidade forte, sua independência e carisma inenarrável, solícita de
natureza, mas que, porém, insistia em pregar aos quatro ventos (talvez em sede
de autoafirmação), sua capacidade de dissociar, um casual affair de um grande amor.
Intitulava-se imaculada, imune a esses malefícios
sentimentais do coração, o que me deixou profundamente curioso - por que ela
seria a exceção da regra, sendo ela da mesma espécie que eu (reino, filo,
classe, ordem, família, gênero e espécie).
Como é possível?
Com a gana de burlar criação divina, fustigar toda a gene
cromossômica daquela espécie (leia-se, mulher), sempre que podia trazia à baila
a sua tese de que não se apaixonava, enfim, aqueles clichês habituais de um adicto patológico – “isso não acontece
comigo – “eu sei o meu limite”, coisa e tal.
Como todo evento desta proporção, comum ao estímulo e
descontração, bebidas alcoólicas, por razões óbvias, é o principal ingrediente
para a fórmula do sucesso, (ainda mais
se tratando daquele time de bon-vivants e
ébrios habituais).
É claro que uma hora as coisas teriam que ficar diferentes.
Como a evolução de uma “picada de cobra”,(que causa inchaço
no local da mordida, o veneno na corrente sanguínea, espasmos musculares e, ao
fim a parada cardiorrespiratória), no aludido evento não foi diferente.
As moças, bem postas, maquiadas, falando baixinho, sentadas
com as pernas bem fechadas, tudo dentro da convenção mencionada no prólogo
deste, no melhor estilo Glorinha Kalil.
Os cabelos bem escovados (desprezando qualquer raça e/ou
origem continental, descendência e afins), sempre delicadas, sensuais no seu
limite, com todo aquele esmero, vigilantes entre o belo e o promíscuo, assim se
iniciou esta agradável pândega.
Como a lógica, a evolução destes comportamentos formais vão
se perdendo quando da ambientação in loco.
Nada mais natural deixar certas formalidades para a próxima “entrevista
de emprego”, afinal de contas, naquela altura, todos já eram amigos de
infância, todos eram lindos como Gil e Gal.
Aos convidados mais reservados, (herdeiros da observação que
lhes foram incumbidos, já introduzido no colóquio inicial deste relato), claro
que viram tudo do melhor ângulo, embora talvez não tivessem a capacidade crítica, (técnica, teleológica,
antropológica, morfofisiológica, psicológica, filosófica, astrológica,
antropofágica etc) da coisa, pela própria natureza que a análise se constrói,
seriam incapazes de notar o porquê a cola do “corega” perde aderência, para
no fim cair a “máscara social” nos revelando nossa outra face, nosso
regresso ao nosso estado natural.
Aqueles vestidinhos comportados descritos no inicio da
presente confraternização foram diminuindo de tamanho, (ou aquelas moças que
começaram a crescer, tamanha ingestão de bebidas e afins), aquela pose foi se
perdendo.
Tamancos e saltos, e demais acessórios já não tinham mais
importância, a chapinha progressiva já não mais conseguia manter o truque, a mágica,
o suor transformavam suas madeixas em uma arapuca, um verdadeiro Poodle.
Logo, o fenômeno típico deste espécime aflora naturalmente,
ratificando a teoria de Lavoisieur, “que na natureza nada se cria, tudo se
transforma”, e diante desta maravilha natural, vão surgindo pequenos - mas
notórios, sinais fisiológicos e com isso vão se aumentando o volume das vozes
(típico da espécie que contempla o mesmo par de cromossomos XX).
Embaladas pelas cantigas daquela “roconha” toda, a paisagem,
por questões ainda científicas – daquela teoria supra-aludida, também se
transforma.
Aquele dantes sóbrio cenário, por questões metamórficas, se
converte em uma nova paisagem (bem parecido com final de micareta de axé, de
briga entre bondes rivais de funk na favela.)
No meio disso tudo é quando percebemos que os docentes da
sabedoria milenar, à mais de 5000 anos a.C) já conheciam bem a cria do
Altíssimo Pai.
Ainda que decifrado apenas 1/5.000.000.00 avos, deste
incontroverso ser, tal entendimento fora suficiente para ratificar e nos
aclarar de forma concisa, porem, profunda e atemporal, de como lidar com o
MANEJO desta biologia especial,.
Sua beleza, nuanças e afins, nos revelaram indícios
suficientes para que nos conheçamos na essência.
Mais adiante, bebendo ainda desta fonte rica do saber, seria
tal espécime predador natural de si (mais tarde trazido novamente à baila à
mesma teoria pelo inglês Thomas Hobbes, na obra O Leviatã: “o homem é lobo do
próprio homem”), já que a competição entre as mesmas da espécie é a mãe
dos instintos, quiçá, a parte fundamental do DNA deste indivíduo – aqui o faço
com o fito único de simplificar o sujeito de biologia complexa, tanto que nem
vou me estender divagando, por questões óbvias (ciúmes, sua idolatria por
discutir o relacionamento, sua visão lúdica da divagação libidinosa e sua
variação de humor tal qual de uma TRIpolar) acerca de demais detalhes
genéticos e afins.
É evidente que todos perceberam que
não tenho muita intimidade com aquela parada da ervilha de Gregor Mendel, o Pai
da Genética. Então tentaremos imiscuir ao mínimo nestas questões, assim, me
valho da “licença poética” e etc.
Hei-la!
A Pomba Gíria, (o mais poderoso Exu feminino, amante das
coisas mundanas e dos prazeres da carne, etc) toda sorrisos, com a boca cheia
de dentes, alegre, serelepe, roubando perfumes dos seus amigos nos contínuos e
ininterruptos abraços, se equilibrando no alto do salto de seu sapato, se esgueirando
pelo chão de cimento, de relevo irregular, daquele estabelecimento comercial.
Falando tão alto como quem nascera aos pés de uma cachoeira,
dançando, remexendo ao som do ritmo mais brasileiro de todos, com a destreza de
um lambari na piracema, mexendo igual cobra mal matada, rodopiando no seu
planeta interior.
Logo ela, toda posta, toda casta, toda ela (antes da picada
da cobra, na mesma analogia arguida pretérita).
Ao compasso dos pandeiros e afins, a rainha do casual affair, esbarra por qualquer
motivo alheio ao que se segue, em um destes amigos (com benesses, colorido, virilha
amiga...) do qual, penso eu, seria base da sua teoria, em vida e cores, de que ELA
seria única da estirpe, capaz de satisfazer sua libido sem a menor
possibilidade de se apaixonar.
Se não vejamos.
Aquele pequeno esbarrão, involuntário e sem qualquer
terceiras intenções, fora o suficiente para sentir macular toda a sua parte
sensorial, que só pela cara que a mesma fez quando das retratações pelo pequeno
infortúnio, vi pelos seus olhos lânguidos, desconstruir toda sua tese que
sustentara a todo momento – Bem, essa eu
quero ver! Falando com meu eu interior -, um ímpeto, que lhe viajava por
todo córtex cerebral, passando pelos extremos do seu corpo, parando (onde
consegui ver ou pelo menos deduzir) em ti no busto, causando lhe o eriçar teso
e rijo, daquela porção que lhe cobre o coração, aquela mesma que alimenta o
impúbere que a ti descende.
(rsrsrsrs, credo
com esse assunto espiritual, de entidades, coisa e tal, sem perceber encarnei o
próprio Sr. FIGURA GRAY - 50 tons de
cinza).
Pronto! Pensei.
– Toc, Toc, Toc!
- Quem é?
- É O AMOR!
Rechaçada toda aquela tese da mulher “ultramoderna”, que
bradara sobre sua imunidade pela paixão, que era indiferente a isso (quase uma
Hebe Camargo, que lecionava as mulheres deste meu Brasil – “Lavou, tá novo!”) .
Bem, aqui amigos, a parada começou a ficar trágica, se não
fosse cômica.
Como claro é o sol e molhada é a chuva, nós, por questões
naturais, nos agrupamos por afinidades, formamos nossas tribos, até que esta se
torne menor e menor, estricto, ao
fim, surge - O ELEITO!
O espécime que desperta os mais primitivos sentidos, aquele
que estimula áreas da sua massa gris que nem mesmo a sua própria fisiologia
conhece.
Num bom português coloquial e popularesco, BOM NA PHODDA (com
PH de “sabonete Phebo” dois D’s de “Toddy”), aquele que dá a geral, da pegada
firme, do beijo atlético movimentando os músculos que compreendem as três
subdivisões da anatomia, cabeça – tronco – membros (começando pela cabeça do
musculo abdutor do halux no dedão do pé, terminando com ereção na língua), que lambe
até naquele lugar onde sempre fica a ricota (rsrsrsrsrs – 50 tons de cinza
do cerrado, é outro livro, diga-se de passagem)
Tal sortudo, que aos olhos da debutante, seria a
personificação da própria arte, o APOLO do cerrado. De alcunhas diversas, o
belo e fulgurante rapaz é conhecido pela sua simpatia, gentileza extrema, não
obstante, pela sua vaidade acentuada de causar inveja a qualquer espécime
feminino.
O belo rapaz, o antagonista desta história, por mera
coincidência - mera mesmo -, havia “passado o rodo” em boa parte das presentes
da mesma festa. O que me fez crer, pelos meus cálculos, que o mesmo já tinha
derrubado uns “8 pinos” daquele boliche, faltando umas garrafinhas pra alcançar
um strike - Dentre elas, a cética protagonista de nossa “fábula”.
Foi quando a coisa toda começou!
Na natureza humana - FEMININA, o que se observou até agora,
que dentre as infinitas características peculiares deste ser, as mais
notórias, talvez uma das mais evidentes
da espécie é a “competitividade” (principalmente
frente as outras femeas do bando, tornando mais acentuada, a disputa
territorial - aqui o faço no sentido mais análogo, é claro, passando por
roupas, cabelos, apetrechos e tudo mais) ainda mais quando se tem um Macho Alfa
na disputa.
Posteriormente de igual notoriedade, a “previsibilidade” (foi estudando esta parte em sede antropológica,
que se descobriram as duas verdades mor do universo: “Todo mundo vai morrer!
Dia 25 de dezembro tem show do Roberto Carlos na globo”).
Daí surgiram os profetas, observando os movimentos, gestos, e
demais desígnios comportamentais, traçando parâmetros complexos e
intergalácticos, conseguiu-se compreender a gene deste ser.
Seguindo a lógica, estes,
abusando da sua capacidade cognitiva e do domínio da “matemática-apocalíptica-sensorial-intergalática-quântica-multilinear”,
estes pensadores conseguiram compreender – só o rascunho da coisa - tamanha complexidade
desta criatura incontroversa.
Depois Adão comeu a Eva, Caim matou Abel, homem plantou o
cânhamo e começaram as guerras e o aquecimento global e virou essa merda toda
no Oriente Médio, até chegar aqui no Brasil com o nascimento de Carla Perez e
essa desgraça de “arrocha”!. Ufa!
Passemos para adiante.
Ele, por sua vez, também seguindo a sua lógica sistêmica -
ecossistema, cadeia alimentar etc, também se funda em princípios, dentre eles:
o de pouco se importar com quem “morreu” ou vai “morrer” (naquela festa, assim
o digo), o instinto primeiro dele, é “chorar”, o lance é gozar e “jamais
desperdiçar uma ereção” (Salmos).
Bem, depois de tantas na cabeça daquela mulherada, nada mais
óbvio evidenciarem os instintos mais diversos possíveis, desde meras alterações
físicas e químicas, às psicológicas e/ou libidinosas mais profanas, ainda mais
quando se estão em estado beligerante permanente (já mencionado antes quando
das suas características “genótipas” de competição e previsibilidade) !
Pronto!
AGORA É HORA DE “MORFAR”! (Jaspion)
Saem os demônios, começam a gritar palavras de ordem e frases
de efeito: -“Espíritos do mal, transformem essa forma decadente em MUNRÁ, o ser
de vida eterna...” (ThunderCats).
No meio daquela quizomba toda, fica ele, envaidecido,
constrangido, com aquela incerteza mortal, quem será a presa da vez?
Contudo, tal sorte, frente ao amplo leque de opções do seu
rebanho, perspicácia e discrição, são princípios básicos que norteiam o “Manual
do Macho Alfa” (Do Óbvio, Biologia; Cap.4 do livro IV, p.7, Ed.Cafa,
Janeiro,Rio)
Ela, a gata do dia, percebendo o tamanho da guerra que iria encarar
se vale da sua máxima, da prerrogativa que somente lhe assistia, do seu direito
de “preferencia”, e “enquadrou” o garboso rapaz.
Pensem na sinuca de bico que ficou aquele pobre vaidoso
jovem.
Sejamos empáticos então e vistamos sua armadura (sua pele)
para termos a dimensão do que ele deveria ter sentido no momento.
Ora, se pegasse uma, as outras veriam, o que poderia causar
enormes estragos à sua boa fama de Gentleman, por conseguinte, possíveis ofensas (prejuízos) em seu cativo plantel,
eis, como já aprendemos em linhas anteriores, dentre as característas mas
evidentes deste espécime femea, a vingança e o rancor são de fito
AD ETERNUM, de laços consanguíneos,
isto é, ela vai te odiar até a vigésima dinastia .
Logo, fatalmente, o condenaria ao “sexo solitário”, ao
retorno dos áureos tempos de adolescência.
Isso seria deveras incômodo, apesar de que a tal prática da auto-lascívia
faz parte da cultura e doutrina de todo homem (já que está na bíblia e nas
proteínas do seu DNA – uracila, timina, guanina e adenosina), muito melhor
seria fazê-lo com o aconchego e carícias de mãos delicadas e hábeis do sexo
oposto, e seus demais desígnios.
Naquela “guerra”, pelo flanco direito e atrás das linhas
inimigas, as predadoras naturais de si mesmas, viam indignadas a vantagem
desleal que gozava a jovem rainha do dia (direito de preferência, a anfitriã, o
manequim da vitrine), não obstante as demais do mesmo harém, quiseram
reivindicar sua parte.
A aquela altura do evento a coisa foi ficando animada e eu, é
claro, vendo todo o estudo que fora gravado em pergaminhos e coisa do tipo,
sobre instintos e territorialidade, se personificando na minha frente
(Discovery Channel – NatGeo – History Channel – amo muito tudo isso – o que me
levou a pensar numa nova mídia – TV HD SUPER D – 8D quadriband flash power, depois
eu penso nisso com mais calma). É muito bom aprender assim, associar a teoria
na prática.
Ele, esquivando com a mesma destreza de MATRIX RELOADED (na
cena em que o protagonista leva uma “saraivada” de balas). Destreza esta
idêntica a do trabalhador que precisa, a todo custo, chegar até a porta dos
fundos do ônibus lotado, já que seu ponto é o próximo, um verdadeiro bailarino.
Voltemos para a nossa protagonista.
Cansada da inércia do fulguroso varão, a rainha virago decidira
usar sua arma mais letal, o questionamento da virilidade. (viram como
brotam características que, mesmo semelhantes, individualiza a espécie?).
Pois, como tal, o assunto em tela, ainda é tabu no meio
masculino.
Motivo pelo qual, surpreso com o que ouviria da bela femea,
que ao macho lhe traduzira catarse, aquele brado de fito único e sexual:
- Eu não sei por que
você não quer ficar comigo, eu sou a única que te defendo aqui neste bar, por
conta da sua vaidade extrema (cremes para as rugas, unhas feitas e sobrancelhas
bem simétricas), todos pensam que você é um “rapaz alegre”, “gosta de levar
bolada no queixo”, “cabeçadas no céu da boca”, “derrapa na curva”, “tem medo de
barata”, ”que até hoje chora quando assiste Ghost gosta do pilão empurrando o estrume”, etc.
No mesmo ímpeto, num átimo quase que instantâneo, ele olhou
firme nos olhos da bela rainha, rechaçou imediatamente o que verbalizara,
dizendo com aquele olhar lânguido, com a face meio de lado, passando nos lábios
a língua, para que o som da resposta ficasse claro e nítido, “VOCÊ SABE QUE EU
NÃO SOU”!
Assim, o fidalgo rapaz, com todo esmero e polimento, como
quem quer dizer de maneira delicada e pedagógica, algo para estimular-lhe a
memória (já que a desejosa moça seria muito jovem para sofrer de Alzheimer).
Em tempo, reforça pelo olhar seu ar de soberba, uma vez que
na mesma ainda lhe flamejava o “sovaco da perna”, dado ao curto lapso temporal
(poucos dias), que se atritara com o falo do admirável sultão (Claro que na
mais óbvia dedução, depois de tantas evidências e investidas – nesta hora me
pautei pelo meu poder de telecinese – X MAN e DèjaVu).
Como todos, naquela altura do evento, já estavam em outra
galáxia (leia-se, embriagados), com a língua boiando dentro de suas bocas, eis
um terceiro, nada discreto, - mais
chato que pintar a parede e ficar esperando a tinta secar, e começa a rir e
propagar tal vociferação em alto e bom tom para todos.
Pobre rapaz!
Aquilo entrou quadrado em seus ouvidos, pois em seus momentos
de culto à beleza, já sentira, no seu íntimo, que tinha um andado meio
balançado, segundo confissão dele mesmo quando do bullying sofrido segundos
antes.
Foi uma festa e tanto, começou
como dita a regra e terminou como
leciona a Bíblia.
Ele, qual homem do campo, que na surdina, dera uma enxadada e
arrancado oito minhocas (seu harém) daquele mesmo campo, não conseguiu lograr
êxito na “naquela lavoura”, - já que o tempo estava ruim para a colheita,
continuou até o fim da festa e, claro, nem se importou com aqueles equívocos
pontuais, manteve pra si o mesmo carinho, amizade e respeito com aquelas “minhocas”.
Como já dantes lecionado e ainda não combatido pelos grandes
pensadores, sabe-se que ninguém aguenta pressão, nenhuma pessoa consegue por
tanto tempo se manter incólume aos desejos ocultos, chega um momento que nos
revelamos como somos.
Neste mesmo diapasão, tomo de empréstimo as sábias palavras
do grande escritor e diretor, Nelson Rodrigues;
“se cada um conhecesse
o outro na intimidade, ninguém se cumprimentaria”!
As convenções sempre existirão, enquanto o homem viver em
sociedade, seremos obrigados a nos moldar a esses padrões que emanam daquele
momento cultural (ainda que tenhamos no íntimo), aptidão ou repulsa por isto ou
aquilo.
Dizer que nunca faremos algo que soa por si só, impossível,
ante a própria dinâmica da vida, sendo o homem – sui generis, os demais animais
que compõe o reino em que se vive (por questões de adaptação e afins), sempre
se adaptará ao meio.
Ciencia: “na natureza nada se cria, tudo se transforma” ou
“no processo da seleção natural das espécies, os aptos sobrevivem os ináptos
perecem”.
Na roça: “o que faz o sapo pular tem que ser necessidade”,
“corri atrás de uma onça preparando pra atirar, do estado de São Paulo,
atravessei pro Paraná, (...) na caça que eu atiro juro que não me escapa, a
cartucheira falhou, peguei a onça no tapa!”
Quanto a jovem amigos, esta teve seu dia irradiante, por toda
animação e presença dos seus amigos, apesar de continuar resistindo a esse sentimento
belo e maldito, O AMOR!
Insiste a ainda a bela garota, mesmo depois de toda revelação
da origem da sua própria espécie, - é impossível - continuar em manifesto
confronto com essas forças titânicas do coração, seria o mesmo que violar todas
as leis da física, biologia e o gênesis.
Jura, - como quem está sob o crivo da lei quando da obrigação
com a verdade em testemunho, que não sente nada pelo rapaz, que ele é somente
uma affair, sem complicações e afins.
E eu, para não perder o cliente, finjo que acredito.
Contudo, te esqueces a jovem moça, que este que vos escreve,
é um dos três no mundo, capaz de detectar falácias como esta dentre
outros comportamentos que nos revelam o corpo, a olho nu. (Com a máxima
vênia, eu precisava mandar essa MILONGA, pra o meu próprio deleite!)
(Polígrafo é pra sujeito que não tem nenhum risco na
canela, que nunca correu atrás de pipa, nunca jogou “Bet” na rua, nunca brincou
de golzinho, nunca jogou marimba, nunca foi no Menestrel Bar, enfim, CRIADO NO
VIDEOGAME).
Os outros dois são: James Bond e Jason Bourne.
-
Aqui amigos, é preciso deixar bem claro e consignado, que
este testimônio, não tem nenhum outro cunho, se não cômico, de brincar com a
pessoa, pois nenhuma das características jocosas lançadas preteritamente compõe
sua personalidade e caráter.
Luciano Maia